Carne de origem certificada: garantia de segurança, qualidade e sustentabilidade da fazenda ao consumidor

Entenda a importância da certificação na pecuária moderna, como ela garante a segurança do produto e eleva o padrão de sustentabilidade da fazenda ao consumidor.

Por Marcia Tojal em 7 de novembro, 2025

Atualizado: 06/11/2025 - 12:21

Mulher sorridente escolhendo carne certificada em supermercado, destacando a importância de produtos de qualidade e procedência garantida para uma alimentação saudável.
Imagem gerada digitalmente

O Brasil possui uma posição de destaque no mercado global de carne bovina, sendo o maior exportador mundial, o segundo maior produtor e o terceiro maior consumidor, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária. Em um mercado tão relevante, a busca por diferenciação e a exigência do consumidor por alimentos de origem conhecida e qualidade atestada impulsionam a importância da carne de origem certificada.

Qual a importância da carne de origem certificada?

Homem feliz comprando carne certificada no supermercado, destacando a importância de produtos de origem confiável para a saúde e qualidade de vida.
Imagem gerada digitalmente

A certificação da carne bovina consiste em um processo no qual uma entidade certificadora emite um selo para atestar que o produto cumpre critérios predeterminados de qualidade, segurança alimentar, bem-estar animal e/ou sustentabilidade, a depender do tipo de certificação.

Contar com uma terceira parte independente, ou seja, uma auditoria terceirizada e especializada na análise de critérios específicos, e embasada em metodologias validadas, legitima ainda mais o processo de certificação como um instrumento estratégico para garantir a conformidade aos requisitos avaliados e como um reconhecimento público confiável. Conforme explica a Food Chain ID em seu site –  que oferece serviços de testes, verificação e certificação em toda a cadeia de suprimentos da indústria alimentícia – o processo de verificação pode incluir coleta de amostras e análises laboratoriais para verificar, por exemplo, aspectos como resíduos de medicamentos e a qualidade nutricional da carne, reforçando a segurança do alimento. 

Por meio de selos certificadores, o consumidor obtém a garantia da origem e dos atributos da carne e dos processos produtivos. Para os produtores, a certificação agrega valor ao produto e abre as portas para mercados mais rigorosos, como o internacional, além de ser uma ferramenta de gestão que impulsiona o processo de melhoria contínua, já que em geral as certificações precisam ser atualizadas periodicamente. Algumas delas ainda resultam em relatórios que podem nortear a gestão no avanço de pontuações mais elevadas ou classificações mais rigorosas.

Dessa forma, a certificação fortalece toda a cadeia, pois a redução de experiências negativas e o aumento da satisfação do consumidor devido à qualidade e segurança  atestadas impulsionam o potencial de crescimento do mercado, como citado em publicação da Associação Brasileira dos Criadores de Dorper e White Dorper (ABCDorper).

Certificações da carne bovina

Filé de carne bovina ao ponto, acompanhado de cogumelos, tomates cereja e temperos
Foto: Minerva Foods

Existem dois tipos de certificações: as obrigatórias e as voluntárias. A primeira trata das certificações exigidas por lei, visando prioritariamente garantir a saúde pública e a segurança alimentar. 

Certificações obrigatórias

No Brasil, o principal exemplo é o Serviço de Inspeção Federal (SIF), ou serviços de inspeção estaduais/municipais (SIE/SIM), que fiscaliza o abate e a industrialização de produtos de origem animal em todo o território nacional, assegurando que o produto chegue ao consumidor em condições higiênico-sanitárias adequadas.

O estudo publicado pelo Brazilian Journal Health Review reforça o valor da certificação sanitária, que não só garante transparência, mas também a confiança dos consumidores, uma vez que é a comprovação de que tal alimento passou por processos rigorosos de segurança e controle de qualidade, tornando-o adequado para o consumo humano. 

Outra exigência legal fundamental para a movimentação e abate de animais é a Guia de Trânsito Animal (GTA), que atesta a situação sanitária do rebanho, ambas fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e órgãos de defesa agropecuária estaduais.

Certificações voluntárias

Já as certificações voluntárias são aquelas que o produtor ou frigorífico opta por aderir, normalmente para atender a nichos de mercado, agregar valor ao produto, se diferenciar pela qualidade, sustentabilidade ou bem-estar animal, ou cumprir requisitos específicos de mercados importadores. Por exemplo, selos como Certified Humane atestam o bem-estar animal, enquanto a certificação Angus atesta a raça. 

Existem também programas de qualidade ou sustentabilidade regionais como o Certifica Minas, Programa de Certificação de Produtos Agropecuários e Agroindustriais do Estado de Minas Gerais, que é fruto de uma abordagem tecnológica, logística e operacional focada na modernização dos processos de produção da pecuária de corte do Estado.

Segundo publicação do site Agrolink, o principal programa de adesão voluntária para rastreabilidade individual no Brasil, e que pode ser exigido em programas sanitários oficiais ou para atender demandas de exportação a blocos como a União Europeia, é o Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Bubalinos (SISBOV).

A Minerva Foods, que recebeu pelo quinto ano consecutivo o “Selo Ouro” pelo seu Inventário Corporativo de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Programa Brasileiro GHG Protocol, tem uma iniciativa chamada Programa Renove, que trabalha junto a pecuaristas para implementar práticas agropecuárias regenerativas e de baixa emissão de carbono, preservando ecossistemas nativos. Nessas fazendas, todas as emissões geradas durante o processo produtivo são medidas. A partir da auditoria por terceira parte das coletas de dados realizada também é possível obter a certificação de carne de baixa emissão ou de carbono neutro.

Fontes de referência


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